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IALMAR PIO SCHNEIDER
Nasceu no município de Passo Fundo, antigo distrito de Sertão, Rio Grande do Sul, Brasil, no dia 26 de agosto de 1942.
Funcionário do Banco do Brasil.
Filiado à Casa do Poeta Riograndense e da União Brasileira de Trovadores, seção de Porto Alegre e do Grêmio Literário Castro Alves.
LITERATURA RIOGRANDENSE VOL. 6 (Poesia & Prosa). Org. de Nelson Fachinelli. Capa de Mozart Leitão. Porto Alegre, RS: Editora Proletra, 1985. 126 p. Col. Literatura Riograndense Atual, v. 6). Ex. bibl. Antonio Miranda – doação do livreiro Brito (DF)
Versos de amor, senti-los é o que importa
e aceita-los no instante da emoção;
uma palavra simples nos exorta
quando acalenta o triste coração.
A poesia romântica conforta
a mais desesperada solidão,
é como a fada que nos abre a porta
para entrarmos no mundo da ilusão.
Por isto quando os leio sinto o enlevo
dos que amaram demais e não me atrevo
a censurá-los, pois sofri também
idêntica amargura que eles têm.
Versos de amor, saudade ou fantasia,
encantais minha vida tão vazia!...
SONETO DO AMOR SINCERO
Não esperes do amor outra ventura
do que aquela que te fará ditosa,
mas aproveita tua formosura
antes que murches como murcha a rosa.
Também não vivas simples aventura,
pois a existência é rápida e enganosa;
o tempo que perderes não tem cura,
nem mesmo vale a pena ser vaidosa.
Ama quem te ama com sinceridade
e nunca te arrependerás, então;
porque só podes ter felicidade
junto de alguém que te deseja e quer,
por quem sentes bater teu coração
nos sonhos que te fazem ser mulher.
SONETO
De minha parte fora covardia
esconder estes versos que compus
inspirados somente em tua luz
porque te amavas muito e te queria...
Nei sei onde o destino me conduz,
mas estou mergulhado em nostalgia.
O tempo foi passando... eu te perdia
e tenho que levar a minha cruz.
Hei de querer-te sempre... não importa
que vivas, meu amor, fechando a porta
ao sentimento que nasceu comigo.
Eu não te esqueço mais; isto é fatal,
pois finalmente pra meu bem ou mal
nesta existência foste meu castigo.
SONETO
Não quero o verso dos amores impossíveis
que nos fazem sofre nas longas madrugadas,
nem quero o verso das formas indefiníveis
para esconder a dor das ilusões passadas.
Na minha solidão há fúrias invisíveis
despertando em meu ser canções desesperadas,
hão de compreendê-las as almas mais sensíveis
e aquelas que também foram abandonadas.
Quero o verso levando um pouco de consolo
ao coração que sofre a sangrenta ferida
ao sentir-se sozinho andando pela vida...
ou tem um grande amor, ou chora de saudade;
se é na tristeza que permaneço a compô-lo,
não pretende que lhe falte felicidade...
REENCONTRO
Volto a te ver... estás inda mais bela;
tens a mesma doçura em teu olhar
e conservas os traços de donzela
demonstrando que vives a sonhar...
E me pergunto se és ainda aquela
que o meu estro fazia despertar,
como abrandando a ríspida procela
que me fizeste sucumbir no mar?!
Que me dizes do tempo decorrido
após nossos encontros casuais?
Não me respondas... Volto convencido
que cada vez te quero muito mais!
SONETO MATUTINO
Surge a manhã, os pássaros cantores
vêm despertar as nossas emoções...
Quem poderá viver sem ter amores
embora sejam sonhos e ilusões,
O sol nascente esparge resplendores
que são quais ondas d´ouro aos borbotões;
o próprio orvalho que dá vida às flores
semelha pérolas em profusões...
Nesses momentos de êxtase e de enlevo
sinto quanto minh´alma está vazia
e lastimando tua ausência escrevo.
Se por acaso leres estas linhas
pensa na solidão e na poesia
que sempre foram companheiras minhas.
VENTO DO MAR
Vento que sopras furibundo
e vens meus sonhos despertar,
as tristezas de todo o mundo
parece que trazes do mar...
Ouvindo o lamento profundo
sempre constante marulhar,
quedo-me triste, me confundo
co´a voz misteriosa do mar...
Altas horas, cada segundo,
teima o meu corpo abraçar,
quando em reflexões me aprofundo
para obter segredos do mar...
Praia do Pinhal – 13.02-1984
POESIA E NATUREZA
Cigarras cantam manhã serena
que se aproxima já do meio-dia,
e escutando a estridente cantilena
fico a pensar... do mundo o que seria?
se não houvesse o encanto da poesia
p´ra libertar o espírito que pena
mergulhado em tristeza e nostalgia
afeito assim à condição terrena!
E me pergunto nestas horas calmas
o que pudera confortar as almas
quando envoltas em ânsias e conflito?
se não fossem os sons da natureza,
as flores coloridas e a beleza
do céu azul, das nuvens, do infinito?!
Palmas, PR, 29.02.1984
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Página publicada em setembro de 2021.
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